13/02/14, in OJE
Por Tiago Ferreira, Ativador da Rede IES Norte, Área de Acompanhamento do IES.
Por Tiago Ferreira, Ativador da Rede IES Norte, Área de Acompanhamento do IES.
É reconhecido que o modelo económico-social da Europa precisa de se reinventar. Precisa de alcançar crescimento, não o do passado, alicerçado no sistema financeiro, mas sim o crescimento baseado na equidade, na proteção do ambiente e no desenvolvimento das suas comunidades.
Reunidos em Estrasburgo, em 16 e 17 de janeiro, mais de dois mil empreendedores sociais, representantes de estruturas de apoio como governos centrais e municípios, de
fundações e de empresas de toda a Europa, afirmaram o Empreendedorismo e a Economia Social como um setor que deverá desempenhar um papel maior no futuro europeu.
Os empreendedores sociais, como criadores de soluções inovadoras para os problemas sociais, são parte essencial desta agenda da criação do futuro europeu, e a Europa precisa de mais empreendedores sociais.
O evento de Estrasburgo foi importante enquanto espaço de debate (oportunamente denominado "Have your say!"), networking e co-construção de propostas para o desenvolvimento do setor, num modelo de participação inovador e pioneiro na União Europeia, de onde saiu a assinatura da Declaração de Estrasburgo. Nesta declaração, encontramos um quadro de intenções que pretende assegurar o compromisso dos vários agentes com a aposta continuada no desenvolvimento do setor. Temas como o investimento social, a medição de impacto e o crescimento das iniciativas empreendedoras estiveram na agenda principal de interesse e são desafios para os próximos anos.
Portugal fez-se representar por mais de duas dezenas de participantes, que contribuíram entusiasticamente com o seu conhecimento e experiência: para além do IES, empreendedores sociais de projetos como ColorADD, Presley Ridge Portugal e SEA (Agência de Empreendedores Sociais) marcaram presença no evento, mostrando a qualidade e diversidade do ecossistema português. Podemos afirmar que, como país, estamos acima da média da união europeia, em termos de desenvolvimento do setor do Empreendedorismo. Esta é uma bela vantagem competitiva que devemos saber aproveitar.
Trata-se de uma nova economia, uma economia convergente, uma economia do "fazer com" e menos do "fazer para", uma economia em que os seus participantes se interessam com o propósito da ação e não apenas com o benefício próprio. Nesta economia, o autismo não é apenas uma disfunção do desenvolvimento, mas sim uma força competitiva empresarial (como defende o projeto Specialisterne); o daltonismo não impede uma criança de colorir corretamente ou um adulto de ser autónomo na escolha de uma combinação de roupa (como revela o projeto Coloradd); e os mais velhos são mais felizes e autónomos durante mais tempo. Esta economia é uma economia melhor, é uma economia que envolve e serve a todos, e não serve apenas à criação de riqueza para alguns.
Estrasburgo 2014 é um passo firme num caminho longo, mas não utópico. O País Basco, aqui bem perto, na vizinha Espanha, é um caso de estudo real do elevado potencial de uma aposta estratégica neste setor. Nos anos 80, esta região, partindo de elevados níveis de desemprego e PIB per capita baixo, combinou uma estratégia de reindustrialização e desenvolvimento sustentável, apostando no envolvimento da população co-construtora do seu próprio desenvolvimento, no cruzamento entre os setores público, privado e social, e na inovação e sociedade do conhecimento.
Em três décadas esta região passou a ter um dos maiores PIB per capita da Europa, equiparável a países como a Holanda ou a Áustria, sendo mesmo superior
a Espanha. Tem hoje uma taxa de desemprego em linha com a UE, que é menos 10% de que Espanha no seu todo, e é a segunda região do mundo no Índice de Desenvolvimento Humano, segundo as Nações Unidas.
O primeiro passo para a construção de um futuro, como diz o Nobel da Paz e empreendedor social Mohammad Yunus, é visualizarmos que futuro pretendemos construir. A visão europeia é promissora: uma Europa mais sustentável, responsável e inclusiva, possível através do desenvolvimento do empreendedorismo social.
Reunidos em Estrasburgo, em 16 e 17 de janeiro, mais de dois mil empreendedores sociais, representantes de estruturas de apoio como governos centrais e municípios, de
fundações e de empresas de toda a Europa, afirmaram o Empreendedorismo e a Economia Social como um setor que deverá desempenhar um papel maior no futuro europeu.
Os empreendedores sociais, como criadores de soluções inovadoras para os problemas sociais, são parte essencial desta agenda da criação do futuro europeu, e a Europa precisa de mais empreendedores sociais.
O evento de Estrasburgo foi importante enquanto espaço de debate (oportunamente denominado "Have your say!"), networking e co-construção de propostas para o desenvolvimento do setor, num modelo de participação inovador e pioneiro na União Europeia, de onde saiu a assinatura da Declaração de Estrasburgo. Nesta declaração, encontramos um quadro de intenções que pretende assegurar o compromisso dos vários agentes com a aposta continuada no desenvolvimento do setor. Temas como o investimento social, a medição de impacto e o crescimento das iniciativas empreendedoras estiveram na agenda principal de interesse e são desafios para os próximos anos.
Portugal fez-se representar por mais de duas dezenas de participantes, que contribuíram entusiasticamente com o seu conhecimento e experiência: para além do IES, empreendedores sociais de projetos como ColorADD, Presley Ridge Portugal e SEA (Agência de Empreendedores Sociais) marcaram presença no evento, mostrando a qualidade e diversidade do ecossistema português. Podemos afirmar que, como país, estamos acima da média da união europeia, em termos de desenvolvimento do setor do Empreendedorismo. Esta é uma bela vantagem competitiva que devemos saber aproveitar.
Trata-se de uma nova economia, uma economia convergente, uma economia do "fazer com" e menos do "fazer para", uma economia em que os seus participantes se interessam com o propósito da ação e não apenas com o benefício próprio. Nesta economia, o autismo não é apenas uma disfunção do desenvolvimento, mas sim uma força competitiva empresarial (como defende o projeto Specialisterne); o daltonismo não impede uma criança de colorir corretamente ou um adulto de ser autónomo na escolha de uma combinação de roupa (como revela o projeto Coloradd); e os mais velhos são mais felizes e autónomos durante mais tempo. Esta economia é uma economia melhor, é uma economia que envolve e serve a todos, e não serve apenas à criação de riqueza para alguns.
Estrasburgo 2014 é um passo firme num caminho longo, mas não utópico. O País Basco, aqui bem perto, na vizinha Espanha, é um caso de estudo real do elevado potencial de uma aposta estratégica neste setor. Nos anos 80, esta região, partindo de elevados níveis de desemprego e PIB per capita baixo, combinou uma estratégia de reindustrialização e desenvolvimento sustentável, apostando no envolvimento da população co-construtora do seu próprio desenvolvimento, no cruzamento entre os setores público, privado e social, e na inovação e sociedade do conhecimento.
Em três décadas esta região passou a ter um dos maiores PIB per capita da Europa, equiparável a países como a Holanda ou a Áustria, sendo mesmo superior
a Espanha. Tem hoje uma taxa de desemprego em linha com a UE, que é menos 10% de que Espanha no seu todo, e é a segunda região do mundo no Índice de Desenvolvimento Humano, segundo as Nações Unidas.
O primeiro passo para a construção de um futuro, como diz o Nobel da Paz e empreendedor social Mohammad Yunus, é visualizarmos que futuro pretendemos construir. A visão europeia é promissora: uma Europa mais sustentável, responsável e inclusiva, possível através do desenvolvimento do empreendedorismo social.
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